
Marc Marquez atravessa definitivamente uma série negra que agrega problemas mecânicos e humanos. Em contraponto Lorenzo é reconhecido pelos seus pares como estando actualmente numa forma soberba. No meio temos Rossi que é o único piloto que até à data esteve presente em todos os pódios de MotoGP desta época. E já se fala na impossibilidade de Marquez rebater os 49 pontos que o separam de Rossi. Com isto tudo Mugello viu Lorenzo ganhar a terceira corrida seguida e a ficar a 6 pontos de Rossi. Mas quem é que esperava este campeonato?
Marquez veio para Mugello com a pressão de ter que se aproximar dos homens da frente depois dos recentes desaires sofridos. Mas nem sempre o campeão pode concretizar os seus objectivos e Mugello, ao invés de servir para o aproximar, serviu para o afastar. E esta dificuldade começou a esboçar-se logo nos primeiros treinos com a Honda a não conseguir colocar os seus pilotos no topo dos melhores tempos. De facto era Lorenzo e ambas as Ducati que davam cartas na pista italiana. Com muita pena dos Tifosi nem mesmo Rossi conseguia acompanhar Lorenzo ou as Ducati. Esta dificuldade acabou por se acentuar nos treinos cronometrados onde Marquez nem sequer conseguiu ir para o Q2, tendo-se ficado pelo Q1, algo que nem o mais pessimista visionário poderia prever…mas aconteceu. Pedrosa e Rossi não ficariam muito melhor, ambos na terceira fila da grelha. À frente ficava quem melhor “tocava”, que em Mugello significava Lorenzo no meio das Ducati com Iannone a conseguir a pole não obstante a sua lesão no ombro não estar ainda completamente debelada.
Foi com este figurino que a corrida iniciaria no domingo. As Ducati fariam valer os seus cavalos para curvar ambas à frente de Lorenzo na primeira curva, situação que foi reposta logo nas curvas seguintes com Lorenzo a passar Iannone e Dovizioso e assumir a liderança do pelotão. Para trás Marquez fazia uma largada…à Marquez. Da partida até à primeira curva da prova Marquez passou 7 pilotos e estamos a falar de menos de 500 mts. Na segunda volta já estava atrás de Lorenzo. É realmente um piloto do outro mundo e esperava-se que Lorenzo não durasse muito à frente do pelotão. Quanto a Rossi, depois de um péssimo arranque militava pela 9ª posição. Mas assim que Marquez chegou à traseira de Lorenzo o figurino mudou. Lorenzo começa a ganhar metros e metros para o espanhol e este a perder o avanço que detinha sobre Iannone. Rossi livrava-se finalmente do 9º posto e encetava a recuperação e Dovizioso abandonava com problemas mecânicos na sua Ducati. A aconteceu então o que ninguém esperava…Marquez perde a frente e sai para a gravilha sendo forçado a abandonar. Drama para a Honda que via Pedrosa um pouco depois perder o terceiro posto para Rossi que assim voltava a ficar entre os homens que subiriam ao pódio. Lorenzo dominou completamente a corrida, numa forma absolutamente espectacular e sem fazer um único erro. Iannone asseguraria um bravo segundo posto e Rossi ficava-se pelo último lugar do pódio e segurava a liderança do campeonato por mais uma jornada. Com 6 provas decorridas e 12 por decorrer temos um terço do campeonato passado e as Honda estão em 5º e 13º lugares da tabela. Vá-se lá perceber isto…
1º Valentino Rossi – Yamaha (118 pts), 2º Jorge Lorenzo – Yamaha (112 pts), 3º Andrea Dovizioso – Ducati (83 pts)