Ao alcançarem uma dobradinha no circuito de Motegi, no Japão, Yvan Muller e José María López ofereceram ao Citroën C-Elysée WTCC a sua quinta dupla da temporada. Este resultado permitiu ao piloto argentino garantir um terceiro ceptro mundial consecutivo* e à Citroën de se aproximar, um pouco mais, daquele que será o seu 16º título de Campeã do Mundo.
Apesar da chuva que caiu durante a noite, a pista secou mal o sol se ergueu nos céus de Motegi. O calor húmido e sufocante deixava, no entanto, antever condições difíceis para os pilotos.
Para a Corrida de Abertura, Yvan Muller e José María López estavam colocados na 9ª e 10ª posições da grelha de partida. Quando os semáforos se extinguiram, os pilotos da Citroën Total encontram o caminho no meio do pelotão para subirem ao 7º e 8º lugares, respectivamente. Algumas curvas depois, Muller conseguiria roubar o 6º lugar a Tom Chilton, num processo logo de seguida imitado por Pechito!
Muller procurou, depois, uma abertura para passar Nick Catsburg, o que permitiu a Pechito ficar mais perto e passar o seu colega de equipa, após um ligeiro contacto. Logo que Catsburg foi deixado para trás, os dois colegas de equipa lançaram-se em perseguição de Thed Björk, que rapidamente conheceu a mesma sorte.
Com o 4º e 5º lugares alcamçados, López e Muller conseguiram o melhor resultado possível, tendo em conta as suas posições à partida da corrida, marcarando pontos importantes no quadro dos Campeonatos do Mundo de Pilotos e de Construtores.
Após uma rápida substituição dos elementos da carroçaria danificados, os dois Citroën C-Elysée WTCC oficiais ocuparam os seus lugares na primeira linha da grelha de partida para a Corrida Principal. O arranque foi perfeito e Pechito curvou na frente da corrida e de Lopez. Imprimindo o seu ritmo ao resto do pelotão, não tardando a destacar-se dos demais. A bem dizer, a corrida lá na frente foi tranquila para os dois líderes, que se preparavam para uma dobradinha.
Mas a duas voltas do fim, o Citroën C-Elysée WTCC com o nº 37 diminuiu de velocidade, cedendo a liderança ao Citroën nº 68. Certo de assegurar o título com um 2º lugar, José María López quis oferecer o triunfo ao seu colega de equipa, permitindo-lhe que, pela primeira vez nesta temporada, cruzassse a linha de chegada como vencedor. Com este resultado Yvan Muller ascendeu ao 2º lugar do Campeonato de Pilotos, somando o mesmo número de pontos de Tiago Monteiro.
Segundo classificado, Pechito López marcou os pontos suficientes para garantir um terceiro ceptro consecutivo de Campeão do Mundo*, contando já com 120 pontos de vantagem, margem inultrapassável por qualquer dos seus adversários até final do ano.
No que se refere aos Construtores, a Citroën está agora um pouco mais perto de uma 16ª coroa mundial, após ter conquistado cinco Taças do Mundo de Rallye-Raid, oito Campeonatos do Mundo de Ralis e dois Campeonatos do Mundo de Carros de Turismo (WTCC). A próxima prova, a disputar em Xangai no fim de semana de 24 e 25 de Setembro, deverá ser decisiva!
O QUE ELES DISSERAM…
Yves Matton (Diretor da Citroën Racing): «Tudo funcionou bem hoje, com uma bela recuperação dos nossos pilotos na corrida com a grelha invertida e uma ‘dobradinha’ na corrida principal. Atingimos parte dos nossos objetivos com José María López, que conserva o seu título de Campeão do Mundo. Mesmo se ainda nos restam algumas corridas juntos, este é o início do fim de uma bela aventura começada há cerca de três anos. Ao tomar a decisão de oferecer hoje a vitória ao Yvan, o Pechito reforçou o espírito de equipa que nos anima a todos. Iremos, agora, preparar a próxima corrida, que decerá permitir-nos garantir o título de Construtores. Gostaríamos de fazer, igualmente, uma ‘dobradinha’ entre os Pilotos, sendo que o Yvan está agora em igualdade de pontos com o Tiago Monteiro e isso é uma situação ideal para o conseguirmos.»
José María López (Citroën C-Elysée WTCC No. 37): «Devo ser um dos homens mais felizes do mundo esta tarde! Quando os vemos na televisão, por vezes pensamos que os pilotos são seres frios, mas posso garantir-vos que as emoções fervilhavam dentro de mim. Ganhei três temporadas fantásticas com a Citroën Racing e creio que muitos pilotos gostariam de estar no meu lugar. Correr no WTCC foi uma bela oportunidade na minha carreira, mas é à equipa que devo mais. No que diz respeito ao meu gesto para com o Yvan, foi uma forma lhe mostrar o respeito que tenho por ele. Tomei sozinho a decisão, mas isso nada tem de evidente. Uma vitória é sempre difícil de conquistar e pensei que iria ser duro não ouvir o Hino argentino no pódio, especialmente no dia corrida em que garanti o título mundial. Mas talvez não voltasse a ter muitas ocasiões de o poder fazer. Continuarei a bater-me nas últimas corridas, quanto mais não seja porque temos ainda o título de Construtores a conquistar.»
Yvan Muller (Citroën C-Elysée WTCC No. 68): «Em primeiro lugar, quero felicitar o Pechito por este seu terceiro título, ele merece-o pois é o melhor piloto atual da disciplina. Para lá de ser um grande piloto, é também um grande homem. Não lhe pedi nada, até porque não é desta forma que gosto de ganhar. Mas ele fez aquilo que eu também teria feito e, ainda agora na Argentina o fiz, quando decidi ajudá-lo. Há entre nós um respeito mútuo e autêntico, cimentado na vontade comum de fazer ganar a Citroën. Agora que estou em igualdade de pontos com o Tiago Monteiro, vou tentar garantir o segundo lugar final.»